A IGREJA E O CLERO DIAMANTINENSE

ACONTECIMENTOS E FOTOS DA RELIGIOSIDADE NO TIJUCO 
E NA DIAMANTINA ANTIGA






                                   A CATEDRAL DE DIAMANTINA 

   No local onde hoje existe a Catedral de Diamantina, existiu outrora a mais antiga Igreja de Diamantina- Santo Antônio da Sé. Era uma construção de madeira e adobe. O seu retábulo bastante trabalhado com detalhes de bom gosto, ostentando várias colunas salomônicas. Tudo naturalmente dourado. Além do altar-mor- dois altares laterais; o do lado esquerdo, com colunas salomônicas e arquivoltas concêntricas pertencendo à primeira fase do barroco. O do lado direito datado provalvemente de 1740 [50] filia-se ao estilo D.João V, mostrando coroamento em dossél e nichos entremeando quartelões e colunas laterais decoradas com guirlandas.
          A sua nave principal era dividida em tres partidos, por imensas colunas em arcadas romanas.
         A sua fachada era simples, ostentando uma torre, com relógio, ao lado esquerdo. Ao lado da Igreja, existiu um Cemitério, em um elevado tendo os seus paredões de pedra sabão lavrada. Este Cemitério destinava-se ao sepultamento dos importantes do Tijuco e que talvez não pertenciam à nenhuma Irmandade Religiosa, e o antigo Cemitério do Burgalhau ficou somente para enterrar presos, indigentes e desconhecidos. Em 1884, neste cemitério da velha Matriz, que era bem no coração da cidade, foi proibido o enterramento na Administração do Sr José Felício dos Santos, que o fez desaparecer para alargar a rua e obter uma pequena praça. (Acervo Zé da Sé).





                                     A  PRIMEIRA  PEDRA  DA  CATEDRAL

         Aos 15 de março de 1932, efetuou-se a bençâo da 1ª pedra da Catedral de Diamantina, pelo Sr D. Joaquim Silvério de Souza, Arcebispo Metropolitano. Era Cura da Catedral, Monsenhor Antonio de Souza Neves. Foi orador da solenidade o Dr. Soter Ramos Couto. Estavam presentes os futuros construtores da mesma: Sr.Celso Werneck, Nestázio Freatezzi e João Máximo Dias.
[Zé da Sé].





                                                IGREJINHA DO BAMBÃES

Esta pequena Capela foi levantada pelo Sr Bernardino Vieira do Couto, apelidado de Bambães, em honra a Nossa  Senhora da Soledade, Virgem da sua devoção. Existiu por muitos anos inacabada; Bernardino, ou Bambães, entendeu construir na Praça do Cruzeiro, local onde os bandeirantes plantaram os primeiros ranchos do povoado. Ele era Oficial de Carpinteiro ( Carapina), sem recursos, foi erguendo-a a poder de tostões que tirava do povo de modo original. Saia pela rua acompanhado da meninada da redondeza, carregando dois Sinos em andores, cujas cordas ele puxava cá de baixo, bimbalhando-os sem cessar e cantando uma quadrinha mais ou menos assim: " As esmolas que deres ao Sino - Em favor da virtude e humanidade, - Tudo pode fazer a voz divina - Pelo bem e amor à eternidade". Muito afável e cortês, seu tratamento para todos era de " Meu Belo", acabando por ficar conhecido pela saudação que foi incorporada ao seu nome, apesar de ser uma figurinha grotesca. Fechando os olhos ( no ano de 1905) sem ver concluído o que idealizara e ocupara anos de sua vida, não achou um continuador que lhe completasse a empreitada e o tempo foi se encarregando rapidamente de desfazer o que o esforço humano construíra. Ameaçando ruir, foi demolida (1938) por ordem do Prefeito Francisco Neto Mota. (Zé da Sé)







                   CAPELA IMPERIAL DE NOSSA SENHORA DO AMPARO
Iniciada a sua construção provavelmente em 1773 pela Irmandade dos Homens Pardos. O título de Capela Imperial foi-lha outorgada logo após a proclamação da Independência do Brasil, ajustada assim para receber o Príncipe Imperador caso viesse ao Tijuco, em sua fachada há um emblema característico, trazendo a Coroa  respectiva.Aí se celebra anualmente a tradicional festa do Divino Espírito Santo, com um " Imperador" sorteado por um ano, dentre um grupo de cavalheiros da melhor sociedade local. ( Zé da Sé).




                      A IGREJA DO ROSÁRIO -- DO BARROCO MINEIRO 

 A mais antiga de Diamantina, erigida em 1728 pelos pretos escravos e forros. Exemplar raro da arquitetura religiosa do século XVIII, ela possui pinturas do guarda-mor José Soares de Araújo; pinturas a bico de pena, de Estanislau Miranda; objetos sacros preciosos e Imagens laminadas a ouro com destaque para a "Pietá” existente na Sacristia. Como nas demais Igrejas setecentista de Diamantina, a de Nossa Senhora do Rosário tem característica locais por ter uma única torre construida em madeira e barro, que fica do lado esquerdo e tem a singularidade da sua grimpa ser em forma de águia bicéfala. No interior do Templo, pode-se admirar no Altar mor um magnífico tipo de retábulo de dossel cercado de curiosos ornatos em voluta. No alto do trono elevado e finalmente ornamentado fica a Imagem de Nossa Senhora do Rosário coroada, carregando o Menino Jesus também coroado. Duas curiosidades valorizam mais esse templo: O velho Cruzeiro de madeira incrustado no tronco de uma gameleira que casualmente nasceu em um de seus braços, conhecido como Cruz da Gameleira, e a festa de Nossa Senhora do Rosário, muito antiga e tradicional, com festejos que ocorrem de 28 de maio até o dia 2 de junho. (zé da Sé)



                               A IGREJA DO ROSÁRIO 

 Fica no largo do mesmo nome e foi construida em 1729, pela Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. Aí quase todas as Imagens são de Santos Pretos: como Santa Efigênia, Santo Elesbão, São Benedito, Santo Antônio de Cartagerona, etc.
         Em sua Capela-Mor, pode-se ver belíssima pintura do Sargento Mor José Soares de Araújo, o mesmo que pintou a Igreja do Carmo.
         O seu Altar-Mor é um magnífico tipo de retábulo em dossel cercado de curiosos ornatos em volutas. As quatro colunas são de fuste liso com a parte inferior torsa. Os dois nichos ficam entre colunas que ladeam a abertura do trono e as extremas.  Tudo pintado a ouro.
         No alto do trono, belíssima Imagem de Nossa Senhora do Rosário, em madeira, carregando o menino e coroada com uma enorme coroa de prata.
         Nesta Igreja, realiza-se com toda a pompa tradicional a festa de Nossa Senhora do Rosário, com o seu tradicional reinado. O Rei e a Rainha percorrem as ruas da cidade com a sua Côrte, guarda de honra, caudatários, etc.
         Defronte da Igreja, há o curioso cruzeiro, que brotou, transformando-se em frondosa árvore. Segundo a tradição, o construtor dos martírios do cruzeiro teria previsto, que se aquele cruzeiro algum dia brotasse é porque a sua alma estaria salva. Aconteceu que poucos dias depois foi barbaramente assassinado.
[É assim Diamantina, cheia de lendas e tradições]. (Zé da Sé)







                                        A PRIMEIRA PEDRA DA BASÍLICA -

                   Aos 16 de março de 1884, foi dada a benção à primeira pedra da Basílica do Sagrado Coração de Jesus. Nela foi depositada pequena Imagem do Sagrado Coração de Jesus, de ouro maciço. Benzeu-a o Sr. D. João Antônio dos Santos, na ocasião, discursou o Padre Bartolomeu Sipolís, ex-Reitor do Seminário. A Banda de Música "Corinho” abrilhantou as solenidades.
         O Português Luiz Martins de Figueiredo, foi o construtor, trazendo do Caraça os seus companheiros de trabalho, onde terminara a Igreja de lá aos 23 de maio de 1883.
Fonte: Acervo Histórico e Fotográfico 'Zé da Sé'-
              Livro nº 01 - Página º 34



                           BASÍLICA DO SAGRADO CORAÇÂO

         Aos 15 de janeiro de 1885, são iniciados os trabalhos de construção da Igreja de pedra, a futura Basílica do Sagrado Coração de Jesus, sendo Bispo de Diamantina D. João Antônio dos Santos e reitor do Seminário, o Padre Bartolomeu Sípolis.
         Os trabalhos de construção ficaram com o mestre de obras Antônio Luiz Martins Figueiredo, que foi também, o construtor da Igreja do Colégio do Caraça.(Zé da Sé)








                         A ORDEM E A IGREJA DO CARMO - [1754]

 A Ordem Terceira do Carmo era constituida de gente abastada, funcionários da Administraçâo do Tijuco e várias pessoas de categorias sociais diferentes, incluindo-se entre eles o Quinto Contratador João Fernandes de Oliveira, famoso pela sua riqueza imensa e pelos seus amores com a Chica da Silva.
         Era interesse dos irmãos erigirem uma Capela, que seria a sede própria da Ordem Terceira do Carmo. A sede da Ordem era Vila Rica e esta podia autorizar filiais. Quase todos queriam que a Igreja fosse ao alto da Rua Direita, por ser o lugar apropriado e de posição invejável, dominando desde o alto a população.
         João Fernandes foi contrário. Queria que fosse construida no local onde existia a Capelinha de São Francisco de Paula, bem defronte à Casa do Contrato [hoje Palácio Arquiepiscopal], isto por comodidade ou por capricho, porque o local era estreito e triste e retirado do centro do povoado. Os Irmãos descontentes recusaram o projeto, protestando não concorrer com os custos da construção, o que foi motivo para que João Fernandes de Oliveira tomasse a obra inteira sobre sí, fazendo erigir a Capela, um dos mais ricos templos do Tijuco.
         Os professores engrossaram rapidamente o núcleo que chegou a ter 409 irmãos em 1778.  Foi inaugurada em 1754. A Imagem de Nossa Senhora do Carmo foi trazida, com duas coroas de prata, em 1758, ensejando uma esplendorosa exibição de riquezas.(Zé da Sé)



IGREJA DO SENHOR DO BONFIM DOS MILITARES
Construida em 1771 com os óbulos dos Militares que residiam no Tijuco. As suas Imagens antigas e um Candelabro de prata em cujas correntes se vêem folhas de parreira e cachos de uva são suas atrações. No nicho do Altar -Mor acha-se a imagem de Nossa Senhora das Dores com seu punhal de prata, que sai na Procissão do Encontro, na Semana Santa. (Livro  01-do acervo zé da sé).



                                    Uma Cerimônia Religiosa no antigo Tijuco
                        (Observem o número extraordinário de Estandartes das Ordens Religiosas e de Santos Padroeiros)


                                                1944 - Domingo da Ressurreição



                                   Década de 30 ( 1930 )- Domingo da Ressurreição




                                      ANTIGO CLERO DIAMANTINENSE



                     1909- ANTIGO CLERO DIAMANTINENSE -
                               RETIRO ESPIRITUAL -
( Na foto:identificados: Nº 26 -1º Arcebispo Dom Joaquim Silvério de Souza- nº 05 Padre Antônio Tôrres - Nº 08 Padre José Pedro Lessa.



                             UMA PROCISSÃO NA DIAMANTINA ANTIGA
                                ( Observe o costume de se elevar Estandartes de Ordens Religiosas ou de Santos)


            Procissão do Enterro de Dom Joaquim Silvério de Souza -               
                                                     Agosto de 1933




                                         PROCISSÃO NA RUA DIREITA
                     (Destaque para os Estandartes das Ordens Religiosas e dos Santos)




UM DOMINGO  NA DIAMANTINA ANTIGA
Termino da Missa do Dia.

Detalhe da pintura do forro da Capela de N. S. do Carmo, Diamantina -1765
 José Soares de Araújo (1723-1799) 
 Nascido em Braga (Portugal), o guarda mor José Soares de Araújo chega ao Arraial do Tejuco em 1765. A pintura desse artista possui características barrocas, onde notamos um jogo perspectivo de grande qualidade, seguindo a escola do italiano Andrea Pozzo (1642-1709). Além do domínio técnico para concepção de ilusão na pintura, são próprios de seu estilo o equilíbrio no uso da cor e a sobriedade dramática na representação de personagens.

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