A PRIMEIRA CAPELA DO TIJUCO. Aos tres de janeiro do ano de 1709 finca-se o primeiro esteio da Capelinha dedicada a Santo Antônio de Lisboa no Cemitério do Burgalhau. Fizeram-na os portugueses e paulistas Manoel Vieira Tourinho, José Antônio da Cruz, Tomás Ribeiro Mourão, Joaquim Teixeira Meneses e Pedro Vieira de Faria. A Imagem veio de Portugal e ainda existe no Palácio Arquiepiscopal. A cobertura e as paredes da Capelinha eram de palmas de coqueiros.Fonte: Acervo Histórico e Fotográfico 'ZÈ DA SÈ". Livre 01- pg 74.
IGREJA DAS MERCÊS =
Aos 8 de março de 1772 é concluida a Igreja das Mercês por Manoel Vicente da costa, José Augusto dos Santos, Bernardino ferreira Leite, Tomás do Nascimento Brandâo e Júlio Martins de Magalhães.
- QUARTEIS DE DRAGÕES -
Aos 18 de março de 1775, o Intendente do Tijuco, Desembargador João da Rocha Dantas de Mendonça recorre a enérgicas providências para prevenir ou impedir o garimpo e o contrabando e reformou Quarteis disseminados na demarcação Indaiá, Inhaí, São Gonçalo da Vila do Principe, Rio Manso, Mendanha e Inhacica, determinando um giro de Patrulhas.
GARIMPEIROS PRESOS -
Aos tres de agosto de 1786, trinta garimpeiros são presos em um Quilombo da Serra do Bananal, escravos de Antônio Ferreira de Campos e Francisco Santini. Foram carimbados com ferro quente e açoitados com "bacalhau ".
LOBO DE MESQUITA - ALFERES –
O Governador Geral de Minas Gerais, Luiz da Cunha Menezes, criou no Tijuco, em 1786, um Regimento de Infantaria Auxiliar dos Homens Pardos. José Joaquim Emérito Lobo de Mesquita viu-se beneficiado com a sua nomeação no cargo de Alferes. O seu cargo consta no primeiro Termo de sua contratação como Organista da Ordem Terceira do Carmo, de 1789.
Não se sabe se a criação desta Tropa Auxiliar foi levada à prática ou se ficou apenas nas nomeações. Existia um firme propósito de reforçar a vigilância na Demarcação, com a finalidade de se evitar no possível o sempre ativo contrabando das gemas preciosas. De todas as formas, podemos imaginar que o compositor houvesse permitido receber o tratamento de Alferes, sem conhecer previamente a sua designação. (Acervo Histórico e Fotográfico - Zé da Sé).
Para evitar que os escravos vendessem diamantes, não se permitiam lojas nem vendas nas circunvizinhanças do Tijuco, em suas entradas e muito menos nas lavras diamantinas. Dentro do arraial onde só eram permitidas deviam ter o mostrador à porta e saida um palmo e meio e todo negócio devia ser feito por cima dele à vista do público; ao anoitecer deviam fechar impreterivelmente e não se podiam abrir senão depois da saida do sol. Conquanto fosse franco o comércio de diamantes não se podia fazê-lo senão dentro do arraial e se alguém era encontrado fora comprando-os ou vendendo ficava sujeito às penas e prisão, confisco de todos os béns e degredado por seis meses na Angola. Fonte: Acervo histórico e fotográfico "ZÈ DA SÈ"-livro 01 - pg 75V. ( Observão deste guardião do acervo: Atualmemte a loja do Sr Antonio Fernandes - Casa Fernandes- Rua do Amparo, nos mostra esta curiosidade)
CENTENÁRIO DOS TELÉGRAFOS EM DIAMANTINA:
O Telégrafo foi implantado em Diamantina no dia 6 de janeiro de 1885, quando era seu Diretor o Barão de Capanema.Celebranos pois este ano o seu centenário em nossa cidade. Funcionou por muitos anos no prédio situado à rua Direita, esquina com o Beco do Juca Brant. Depois passou para o prédio à Praça Dr Prado, onde hoje funciona o INAMPS. Diamantina já foi por muito tempo sede de uma Diretoria Regional dos Correios e Telégrafos, mas infelizmente por razões caprichosas fomos expoliados e a Diretoria foi extinta. Pena que este centenário tenha passado no esquecimento. Fonte: Acervo Histórico e fotográfico " ZÈ DA SÈ"-livro 01- pg 75V.
O ORGÂO DO CARMO E LOBO DE MESQUITA –
Aos 13 de fevereiro de 1782, a Mesa da Ordem Terceira do Carmo resolveu aceitar a proposta do Padre Manoel de Almeida e Silva, de construir-lhe um orgâo para a Capela, o qual, feito e acabado, custaria " Hum mil, trezentos e vinte mil reis "[ 1:l00 oitavas de ouro em pó e a moeda, dando-lhe de factura desde a seis meses e metade, e mais que há resto da factura desde hum anno"[ Livro de Termo Nr.49].
Pelo termo nr. 55, de 28 de abril, fls 53 do Livro correspondente, resolveu a Mesa assentar o instrumento no meio do coro da Capela. Em 1789, Termo 67, de julho, foi contratado José Joaquim Emerito Lobo de Mesquita para desempenhar as funçôes de organista, ficando expressas as seguintes obrigaçôes:
"Tocar o orgâo em todas as Missas, e Ladainhas de Nosso Senhor que se costumão celebrar na Igreja, a saber : nas Sextas feiras e Sábados, e em todos os dias de qualquer festividade de Nossa Senhora na Novena, e dia de Santa Quitéria, Novena e dia de Nossa Senhora do Monte do Carmo. Tríduo de Santo Elias, Centenário de Nossa Senhora das Dores ".
"Quando nas sobreditas ocasiões nem houver Música porque no caso de haver, ficará ele dito habilitado pra entrar nela, e também quando se fizer algum culto ao Senhor São José ".
A Ordem ficou de lhe dar quem acione os foles do orgâo, pagando-lhe 50 oitavas de ouro em dois pagamentos iguais, cada um no fim de cada seis meses. Neste termo José Joaquim assinou como último, após as doze assinaturas dos Irmãos da Ordem.
A CATEDRAL DE DIAMANTINA –
No local onde hoje existe a Catedral de Diamantina, existiu outrora a mais antiga Igreja de Diamantina- Santo Antônio da Sé. Era uma construção de madeira e adobe. O seu retábulo bastante trabalhado com detalhes de bom gosto, ostentando várias colunas salomônicas. Tudo naturalmente dourado. Além do altar-mor- dois altares laterais; o do lado esquerdo, com colunas salomônicas e arquivoltas concêntricas pertencendo à primeira fase do barroco. O do lado direito datado provalvemente de 1740 [50] filia-se ao estilo D.João V, mostrando coroamento em dossél e nichos entremeando quartelões e colunas laterais decoradas com guirlandas.
A sua nave principal era dividida em tres partidos, por imensas colunas em arcadas romanas.
A sua fachada era simples, ostentando uma torre, com relógio, ao lado esquerdo. Ao lado da Igreja, existiu um Cemitério, em um elevado tendo os seus paredões de pedra sabão lavrada.
A PRIMEIRA MULHER NASCIDA NO TIJUCO =
Aos 14 de abril de 1701, em uma Cabana fronteiriça a uma aldeia de Selvagens, nasce no suburbio da "Palha ", uma menina filha legítima do Português Antônio Vieira da Cunha e Francisca Lopes Vieira Pereira. Foi a primeira mulher nascida no Tijuco, que ainda não estendera suas moradias pelo Burgalhau. NB-Esta data "1701", segundo um pesquisador talvez deva ser transferida para 1704.
UMA LINDA FOLHETA DE OURO -
Aos 27 de janeiro de 1703, um Negro africano, acha na mina do Pururuca, uma linda folheta de ouro, com os cantos cortados, em forma de uma figura geométrica. Pesava 260 oitavas. A chefia deu-lhe carta de liberdade
- MINA DE OURO DESCOBERA -
Aos 28 de agosto de 1705,é descoberta rica Mina de ouro na Quinta do Português Manoel Alves Mendonça. Uma escrava negra foi buscar água no poço e viu no fundo uma folheta dourada entre pedrinhas brancas. Tirou-a e a entregou ao seu senhor. Pesava uma libra. Mendonça, como recompensa da fidelidade da negra, deu-lhe um par de sapatos marroquim e um vestido de Cambraia. A mina foi entâo explorada pela Companhia aurífera, desde a horta até o Largo do Rosário, parando depois por causa das dificuldades da profundidade. Dela foi extraida uma arroba de ouro. A Quinta do Português é a atual Chácara que foi do Comendador Serafim Moreira da Silva.
No dia 14 de agosto de 1705, nas matas à margem esquerda do ribeiro "Pururuca "os trabalhadores das minas de ouro foram atacados pelos índios Purís, tendo morrido na luta 150 índios, 18 Paulistas, 32 Portugueses, 5 Franceses, 4 Italianos, 3 Espanhóis e 20 Negros. Os Selvícolas atacaram de surpresa e à traição.
"8 DE FEVEREIRO DE 1705 "-
Derrubando os aventureiros bandeirantes a mata no atual Largo do Rosário ou Praça D. Joaquim e Cavalhada Velha, para construção de prédios, no mesmo Largo encontraram uma india com uma criança nos braços, colhendo frutas silvestres. Vendo ela o Capitâo-Mor levantou as mâos para o céu dizendo; "Cury Matuá, Terey ". Fora chamado um Padre que viera com os descobridores e que entendera que as palavras indígenas pediam misericórdia. Pediu aos derrubadores que nâo a matassem e nem a escravisassem e a mandou embora.
No mesmo dia foi descoberta, onde hoje é o Largo D. João, uma aldeia, por uma turma de paulistas, portugueses e africanos havendo feroz combate com os selvagens que eram da tribo dos Puris. Foram estes derrotadas na mataria que ficou chamando "Caminho do Fogo " e agora "Rua do Fogo ". Foi rápida a vitória bandeirante porque o bacamarte boca de sino era-lhes pavor.
UMA OFICINA DE FERREIRO -
Nos principios de 1700, é criada por ordem do Capitâo Mor da Companhia dos Bandeirantes a primeira Oficina de Ferreirro, no subúrbio da mata do Rio Grande [Palha] onde fizeram o primeiro rancho de palhas ou palmas. Por isto até hoje o local se chama Palha.
Recepção, na Praça do Bonfim, para a chegada do Dr. Antonio Motta, recém formado. |
UM VALIOSO ACHADO=
Aos 24 de abril de 1706, alguns Portugueses e Paulistas que vieram da Pousada Sabarense [ Serro ] ousando subir a atual Gupiara [ Grupiara ] , apesar do perigo dos Índios, acharam pedaços de colunas de mármore, de Leões de bronze e outros fragmentos de mármore, que traziam inscrições em estranhos caracteres que não foram decifrados.
Lamentavelmente, estes restos não foram conservados, pois que os novos ocupantes da terra, buscavam somente ouro. Naturalmente tudo isto faz crer, que por aqui andaram, em épocas remotas, povos, que já possuiam uma civilização mais avançada.
Segundo "Zé da Sé" este foi o primeiro Postal Colorido da Cidade de Diamantina- Colorido à mão em um trabalho de Arte. |
CEMITÉRIO DO BURGALHAU –
Aos dois de abril do ano de 17..., [1708 ]com um cercado de achas de brauna, os Portugueses Zacarias Nunes Ribeiro, Joaquim Veloso Feijó, Cristiano José Vieira e Rafael Bento Andrade construiram quase no alto do Burgalhau o primeiro Cemitério. No local, agora, em nossos dias, está sendo construida uma grande casa residencial.
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10 ] - A PRIMERIA CAPELA DO TIJUCO " -
Aos tres de janeiros do ano de 1709, finca-se o primeiro esteio da Capelinha dedicada a Santo Antonio de Lisboa no Cemitério do Burgalhau. Fizeram-na os portugueses e paulistas Manoel Vieira Tourinho, José Antonio da Cruz, Tomás Ribeiro Mourâo, Joaquim Teixeira Meneses e Pedro Vieira de Faria. A Imagem veio de Portugal e ainda existe no Palácio Arquiepiscopal. A coberta e as paredes eram de palmeiras de coqueiros.
Nélio como consigo falar contigo? Por favor envie o seu e-mail! henriqueoliveira@belgobekaert.com.br
ResponderExcluirOlá, já encontrei alguns relatos de indios puri na região de Diamantina. Você me indicaria uma fonte?
ResponderExcluirOlá, já encontrei alguns relatos de indios puri na região de Diamantina. Você me indicaria uma fonte?
ResponderExcluirOlá Cynthia Filipino recomendo mandar e-mail para algum professor da UFVJM, se preferir. Provavelmente o Professor Marcelo Fagundes pode te responder. e-mail:marcelofagundes.arqueologia@gmail.com
ExcluirLegal a ideia do blog, li quase todas as matérias dessa página. Porém, não posso de ressaltar um pequeno detalhe. Na matéria sobre a primeira mulher a nascer no Tijuco; digo, é a primeira mulher filha de português, pois, nasciam indígenas. Sabemos hoje na história, que, quem escreveu a história que muitas vezes nos é contada são brancos. Homens brancos escrevendo para brancos os seus marcos e feitos. Não havia democracia, não havia aceitação de negros ou indígenas. Portanto, provavelmente, houveram vários outros nascimentos de mulheres, mas mulheres que não reconhecidas como tal. As que foram marcadas pela história e pela escrita, são muitas vezes as que estavam dentro de uma sociedade de uso da escrita e, portanto, que ficou para a memória.
ResponderExcluirAmei ler parte dá história de Diamantina, até então para mim desconhecida.Sou Diamantinense , apaixonada pela terra. Saí daí ainda criança.Nas outras pesquisas, descobri que o Comendador Serafim Moreira dá Silva era meu bisavô,pai de Agenor Moreira da Silva, meu amado avô.
ResponderExcluirRapaz nossa que viaje gostei muito da história da cidade de meu pai
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